sexta-feira, 24 de julho de 2015

I.T.Q Vespasiano- Sábado à tarde e à distância - Alunos do 2º ano - Cartas paulinas

AUTOR:  Apóstolo Paulo 
DATA E LOCAL DA ESCRITA DA CARTA:
É possível que Paulo tenha escrito a carta na Macedônia, pois ainda não chegara a Nicópolis (3.12). A carta foi escrita após sua soltura do primeiro encarceramento em Roma (At 28), provavelmente entre 63 e 65 d.C. Foi escrita na mesma época da Primeira Carta a Timóteo.

                 QUEM ERA TITO:
Seu nome significa “louvável”. Um cristão gentio, grego, convertido através da pregação de Paulo (1.4), e excelente ajudador no ministério do apóstolo. Quando Paulo partiu de Antioquia da Síria para defender seu evangelho em Jerusalém, levou Tito com ele (Gl 2.1-3). A aceitação de Tito como cristão sem ser circuncidado deu força a tomada de posição de Paulo no Concílio de Jerusalém (Gl 2.3-5). Supõe-se que Tito, que não é mencionado nenhuma vez em Atos, trabalhava com Paulo em Éfeso durante a terceira viagem missionária. De Éfeso Paulo o enviou a Corinto para ajudar aquela igreja (2 Co 2.12-13; 7.5-6; 8.6).

Depois que Paulo foi solto do primeiro encarceramento em Roma (At 28), ele e Tito trabalharam por breve período em Creta (1.5), e em seguida ele comissionou Tito para permanecer ali como seu representante e completar alguns trabalhos necessários (1.5; 2.15; 3.12,13). Paulo pedia a Tito que o encontrasse em Nicópolis (litoral oeste da Grécia) depois que chegasse em Creta um substituto na obra (3.12). Posteriormente Tito foi em missão a Dalmácia (região da antiga Iugoslávia, atual Eslovênia, Croácia e Bósnia) e essas são as últimas informações que temos a respeito dele no Novo Testamento.

                     CRETA A ILHA:
A quarta maior ilha do Mediterrâneo, com aproximadamente 205 Km de extensão,  fica diretamente ao sul do mar Egeu. Distante da Europa, da Ásia e da África, mas considerada como fazendo parte da Europa, integrado ao território da Grécia. A ilha possuía mais de cem cidades. Nos tempos do Novo Testamento a vida em Creta tinha se degradado, chegando a um nível moral deplorável. A desonestidade a glutonaria e a preguiça dos seus habitantes eram conhecidas de muitos (1.12).

                         O TEMA:
Instruções aos líderes da igreja. Paulo aconselha o jovem pastor como proceder na escolha dos presbíteros, dando orientações sobre que tipo de pessoa escolher para essa função. A conduta de cada um deles em seus lares revelava a idoneidade para o serviço ministerial (1.5-9). Em seguida Paulo enfatiza a importância de como se relacionar com pessoas de variadas faixas etárias na igreja (2.2-7). Exorta a Tito para que ele próprio se tornasse um exemplo para os fiéis. Por fim Paulo incentiva ao evangelista a ajudar as pessoas no sentido do comportamento cristão exemplar.

Como em 1 Timóteo, em Tito também Paulo mostra uma grande preocupação na defesa da sã doutrina (1.9,13; 2.1-2).

Esta carta contém duas meditações teológicas maravilhosas sobre a graça que Deus oferece aos homens através de Cristo Jesus (2.11-14; 3.4-7). Inclui afirmações sobre a segunda vinda de Cristo (2.13), sobre a morte vicária de Cristo (2.14), sobre a regeneração pelo Espírito Santo (3.5) e sobre a justificação pela graça (3.7).

Nesta carta Paulo afirma mais uma vez a divindade de Cristo, usando livremente o título de “Salvador” nos mesmos contextos tanto para Deus (1.3; 2.10; 3.4) quanto para Cristo (1.4; 2.13; 3.6). Em 2.13 ele enfatiza “Nosso grande Deus e Salvador, Cristo Jesus”.

               OS MOTIVOS DA CARTA:
Essa carta, como também as cartas a Timóteo, não é endereçada a uma comunidade, mas aos seus “pastores”, a homens que exercem o ministério na igreja. Sendo assim, talvez tenhamos nesses documentos os primeiros testemunhos de ordenação eclesiástica na Igreja Primitiva. Neles podemos encontrar as normas e regulamentações de como deve ser o comportamento do ministro cristão.

Segundo parecer, Paulo introduziu o cristianismo em Creta quando ele e Tito visitaram a ilha; depois disso deixou Tito ali para organizar as comunidades cristãs. Paulo enviou a carta junto com Zenas e Apolo numa viagem que incluía Creta no itinerário (3.13), a fim de dar a Tito autorização e orientação para enfrentar a oposição (2.1,7,8,15; 3.9), instruções a respeito da fé e da doutrina e advertências a respeito dos falsos mestres.

As igrejas em Creta vinham sendo perturbadas por falsos mestres, os quais por ganância estavam pervertendo casas inteiras (1.11). Isso provavelmente se referia a congregações inteiras porque as igrejas primitivas se reuniam em casas de convertidos. Paulo chama esses indivíduos de abomináveis e desobedientes (1.16) e diz que é preciso que esse pessoal tenha a boca fechada. Exige que sejam tratados com severidade.

                     CONCLUSÃO
Um ensinamento importante de Paulo nessa carta é que o cristão cultive o hábito de fazer boas obras, até que isso se torne parte de sua natureza. Sabendo que tal piedade não se afina facilmente com a natureza humana, o apóstolo procura incentivar ainda mais o leitor, lembrando o passado de pecados e a nova condição no presente (3.5-7).

A ênfase nas boas obras está em 1.16; 2.7, 14; 3.1, 8, 14. Mas sem nenhuma dúvida, essa carta não ensina salvação pelas obras, mas sim que o salvo deve praticar boas obras.
                      ESBOÇO DE TITO
I. Introdução 1.1-5
Declaração do ofício, esperança e funções de Paulo 1.1-3
Saudação 1.4
Encargo de Tito 1.5
II. Instruções em relação aos presbíteros 1.6-16
Suas qualificações 1.6-9
A necessidade de uma administração adequada 1.10—16
III. Instruções em relação à conduta cristã 2.1-3-7
Na intimidade o conselho 2.1-15
Em relação ao mundo todo 3.1-7
IV. Instruções finais 3.8-11
Para ensinar verdades espirituais 3.9-11
Para evitar dissensões 3.9-11
V. Instruções e saudações 3.12-15

Nenhum comentário:

Postar um comentário